terça-feira, 3 de setembro de 2019

Jornalismo de interior

A ética jornalística ensina que todo conteúdo deve ser pautado pela imparcialidade e apuração criteriosa dos fatos. Uma bela retórica que nada tem a ver com a realidade do Brasil.

No interior, quase sempre, o jornalismo é comandado por prefeituras e câmaras municipais que pagam publicidades a troco de matérias e notas de interesse político-partidário. É a publicidade como moeda de troca. Ou seja, para um veículo de comunicação não falar mal do governo são negociados espaços publicitários pagos com dinheiro público. Nos grandes centros isso também ocorre, mas de forma mais velada, porque as linhas editoriais são mais profissionais e conseguem disfarçar o real tom dos conteúdos. Já nas cidades menores, a falta de profissionais capacitados (considerando que hoje qualquer pessoa pode ser um jornalista já que não existe mais a exigência do diploma universitário em jornalismo para o exercício da profissão) gera conteúdos esdrúxulos com claro tendenciamento de opiniões. 

Com isso, as notícias são manipuladas e as informações nem sempre dizem a realidade dos fatos gerando uma sociedade alienada. Ou seja, independente de onde o conteúdo é gerado, na maioria da vezes, sempre existirá um tendenciamento nas entrelinhas.

Acredito que a imprensa, considerada o quarto poder, é a grande responsável pela inabilidade da população em escolher seus políticos para liderarem o país. Afinal, a opinião pública sempre foi manipulada.

O toma-lá-dá-cá entre entes públicos e veículos de comunicação interioranos é tão permissivo que os líderes políticos sentem-se donos das linhas editoriais e chegam a exigir conteúdos exatamente da forma como querem, mesmo que o formato seja extremamente contrário às técnicas jornalísticas. É quase uma ditadura!

Nesse mar de interesses, fica aqui um grande alerta a todos! Nem tudo o que é publicado pelos veículos de comunicação é a verdade absoluta dos fatos. Muitas vezes é apenas aquilo que querem que a sociedade acredite para que os interesses políticos/pessoais possam prevalecer. 


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